domingo, 14 de dezembro de 2014

o sossego da escuridão

É no silêncio da noite que puxo do meu ultimo cigarro e a minha garganta se queixa do catarro. O sossego da escuridão invade-me tão desesperadamente levando-me a debruçar na janela para conseguir ver a lua. Aquele astro tão longínquo,luminoso e fascinante devora o meu pensamento sem permissão e observa detalhadamente o meu intimo misturado e embrulhado de apelos. E penso: "será que, mesmo que racionalmente, me ouve?". A resposta a esta pergunta retória é não, no entanto eu não me calo e considero-me louca e ordinária por imaginar que realmente existe algo ou alguém que ouça as minhas preces. Bingo. Ninguém ouve, ninguém trata, ninguém cuida destes pensamentos aleatórios que me atormentam e me descontrolam por completo. Mas... espero, procuro e destruo tudo o que me faz soprar o momento; aniquilo o que mais idolatro; desdobro as mentiras e deixo-me cair exausta do barulho ruidoso da minha alma.

Nenhum comentário: