domingo, 28 de dezembro de 2014

Hoje o céu encheu-se de estrelas e sem hesitar, uma delas piscou-me o olho, brilhando como um diamante. Só pensei como seria bom o calor escaldante de uma mão a afagar-me os  ombros. Só pensei como seria bom poder deleitar-me, profunda e lentamente, no peito de alguém a ouvir o seu coração saltitante. Só pensei como mudaria o meu trajeto monótono num caminho estreito e a direito, sem rastos, sem atalhos, sem passeios que me incitam a fugir. Só pensei como seria incansável prender-me num abraço sufocante e num beijo destemido acompanho de umas lágrimas de alegria. No entanto, permaneço imovel e inutil como uma forasteira sem finalidade. Continuo nua e suja como um demônio puro. Mantenho-me como uma cobarde debaixo do meu refúgio assombrada por mesquinhices que não interessam a ninguém. Pelo que, perdida em pensamentos aleatórios e sem destino, penso que é tudo o que tenho. O meu isolado abraço e o meu beijo apertado.

Um comentário:

Pedro Miguel SIlva Macedo. disse...

Como compreendo o que sintes, identifico me totalmente contigo!